quinta-feira, 23 de abril de 2009

GVT: Ação rápida impediu prejuízos por briga com Oi

:: Luís Osvaldo Grossmann

Ao apresentar os resultados da empresa no primeiro trimestre, a GVT sustentou que a rapidez com que agiu contra a Oi impediu que o conflito entre as duas companhias, especialmente em Salvador, na Bahia, afetasse de forma significativa o desempenho no início do ano. O imbróglio ainda depende de uma decisão da Anatel, mas a Agência ainda não foi notificada da decisão judicial que, na semana passada, deu prazo de 10 dias para que o órgão regulador encontrasse uma solução definitiva.

Segundo o vice-presidente Jurídico da GVT, Gustavo Gachineiro, o conflito se concentra especialmente em Salvador, onde a Oi, de aocrdo com o executivo, cortou cinco redes telefônicas prediais da GVT, sob a alegação de que as caixas de passagem são de sua propriedade.
A GVT, por sua vez, acusa a Oi de prejudicar os clientes que teriam tentado mudar de operadora a partir da portabilidade numérica, onde o cliente muda de operadora, mas mantém o número de telefone. O serviço, inclusive, foi um dos pontos destacados pela GVT para o crescimento no trimestre - por causa da portabilidade numérica, a utilização da rede teria subido 5% no período.

"O efeito prático do conflito para a GVT foi limitado. E ficou limitado porque nossa reação foi rápida e efetiva", afirmou Gachineiro. Segundo ele, uma decisão da Anatel sobre o caso é relevante não apenas para a própria GVT, mas para o mercado como um todo. "A propriedade de acesso predial envolve todas as empresas", sustenta.

O trâmite burocrático da decisão tomada pelo Tribunal Regional Federal da 1a Região, na semana passada, não permitiu que a sentença do desembargador João Batista Moreira chegasse à Anatel - ele deu prazo de 24 horas para uma solução provisória e de 10 dias para uma definição da questão, mas o período só começa a contar a partir da entrega da intimação à agência.

A demora judicial, porém, não explica o porquê de a agência ainda não ter se pronunciado sobre a disputa entre as duas empresas de telefonia. Uma semana antes da sentença judicial, GVT e Oi se sentaram à mesa, numa reunião mediada pela própria Anatel. Além disso, cinco dias antes da manifestação do TRF ambas as empresas apresentaram ao órgão regulador, por escrito, suas alegações sobre o conflito. Existe um processo administrativo aberto na reguladora que independe das ações que correm no Judiciário.
Na divulgação dos resultados do primeiro trimestre do ano, a GVT afirmou que planeja lançar operações em pelo menos mais uma cidade de grande porte ainda este ano. Nesta quarta-feira, 22/04, a empresa chegou a Vitória e Vila Velha, no Espírito Santo. O plano de investimento da GVT para 2009 ficou em R$ 550 milhões.
A GVT registrou no primeiro trimestre, um lucro líquido de R$ 26 milhões, enquanto o Ebitda ajustado cresceu 31,7% sobre o primeiro trimestre do ano passado, atingindo R$ 141,1 milhões e a margem Ebitda ajustada ficou em 37,5%. A operadora admite que a inadimplência aumentou, mas não revela percentuais. Também tenta renegociar dívidas feitas em dólar para real. Esse montante seria de US$ 185 milhões.

Fonte: Convergência Digital

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